quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O riso - Vinícius de Moraes

Aquele riso foi o canto célebre
Da primeira estrela, em vão.
Milagre de primavera intacta
No sepulcro de neve
Rosa aberta ao vento, breve
Muito breve...

Não, aquele riso foi o canto célebre
Alta melodia imóvel
Gorjeio de fonte núbil
Apenas brotada, na treva...
Fonte de lábios (hora
Extremamente mágica do silêncio das aves).

Oh, música entre pétalas
Não afugentes meu amor!
Mistério maior é o sono
Se de súbito não se ouve o riso na noite.

Vinícius de Moraes

O riso

"Não há comicidade fora do que é propriamente humano. Uma paisagem poderá ser bela, graciosa, sublime, insignificante ou feia, porém, jamais risível. Riremos de um animal, mas porque teremos surpreendido nele uma atitude de homem ou certa expressão humana. Riremos de um chapéu, mas no caso o cômico não será um pedaço de feltro ou palha, senão a forma que alguém lhe deu, o molde da fantasia humana que ele assumiu. Como é possível que fato tão importante, em sua simplicidade, não tenha merecido atenção mais acurada dos filósofos? Já se definiu o homem como "um animal que ri". Poderia também ter sido definido com um animal que faz rir, pois se outro animal o conseguisse, ou algum objeto inanimado, seria por semelhança com o homem, pela característrica impressa pelo homem ou pelo uso que o homem dele faz."

Henri Bergson

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Documentário "Ilha das flores"

Ta aí pessoal, um link onde vocês poderão encontrar diversos curtas :

www.portacurtas.com.br

domingo, 6 de setembro de 2009

O pobre e o rico - Caju e Castanha

O rico é que come tudo, tudo o que quer ele come.

Mas é o pobre que trabalha, ganha pouco e passa fome.

domingo, 23 de agosto de 2009

Brasil, um país de poucos

5/05/09, enquanto navegava no site de informações, uma reportagem me chamou a atenção “Menino tenta furtar carro e é detido pela 11º vez”.O carro era de um sargento militar de 44 anos, que flagrou o menino com uma chave micha tentando abrir o carro. Logo após, li os comentários postados abaixo onde diziam “corta as duas mãos desse ladrão, esse não tem conserto não, de repente ele mata um pai ou uma mãe, deixa alguém órfão para o resto da vida.”, “leva esse moleque pra quebrar pedra por mês, logo ele entra na linha!”. Comentários como este me fez pensar: Quem é a vítima, o sargento ou a criança?
É comum pensarmos que o delegado é a vítima, até porque é isso que a mídia e suas reportagens reproduz em nossas cabeças. Mas se analisarmos o sistema político e capitalista no qual estamos integrados veremos o outro lado da moeda e perceberemos que somos todos vítimas de um sistema onde o valor esta no que temos e não no que somos.

Em uma sociedade onde os ricos tem prestígio e os pobres são desvalorizados o governo nos diz quando aparece na TV “Brasil um país de todos”. Porém, são todos que ao tentar arrumar um emprego e por ser marginalizado, negro e etc... o preconceito fecha as portas?, O que fazer quando nossos entes familiares morrem devido à super lotação dos hospitais sabendo que há outros disponíveis, porém temos que pagar (mais do que já pagamos em impostos) para ser atendido? Ou quando a mídia nos bombardeia dizendo: “ Compre, compre....”. “Seu cabelo esta feio, compre... você não esta na moda, compre...., você não é moderno, compre....” O que fazer quando em meio a estas e outras situações a ilusão de que quem entra no mundo da criminalidade progride, bate em nossas portas?
Não estou justificando o menino do ato que cometeu, mas sim, trazendo a mesma reflexão que o escritor Ferrez nos propõe em seu livro “Capão pecado” dizendo “Qual será o lado certo do monitor?” nos fazendo pensar sobre a influência que o conjunto mídia/sistema exerce sobre nós.
O homem capitalizou casas, automóveis, comidas, animais, terras, sentimentos, a vida e até mesmo a educação que por sua vez funciona como mais uma ferramenta para separar o rico do pobre.
Somos todos vítimas, a criança de 12 anos que tentou furtar o carro e que sofre a discriminação da sociedade e nós que somos iludidos pela mídia que nos faz não perceber o preconceito que também sofremos e que em uma ideologia de ego misturado com justiça nos faz desejar como punição para uma criança, a morte.
Josevi Freitas