quarta-feira, 6 de maio de 2009

Incelença pro amor retirante
(Elomar)

Vem amiga visitar
A terra, o lugar
Que você abandonou
Inda ouço murmurar
Nunca vou te deixar
Por Deus nosso Senhor
Pena cumpanheira agora
Que você foi embora
A vida fulorô
Ouço em toda noite escura
Como eu a sua procura
Um grilo a cantar
Lá no fundo do terreiro
Um grilo violeiro
Inhambado a procurar
Mas já pela madrugada
Ouço o canto da amada
Do grilo cantador
Geme os rebanhos na aurora
Mugindo cadê a senhora
Que nunca mais voltou
Ao senhô peço clemência
Num canto de incelença
Pro amor que retirou.
Faz um ano in janeiro
Que aqui pousou um tropeiro
O cujo prometeu
De na derradeira lua
Trazer notícia sua
Se vive ou se morreu
Derna aquela madrugada
Tenho os olhos na istrada
E a tropa não voltou

Análise:

No texto o eu lírico expõe o sofrimento que a ausência da amiga lhe causa. É possível identificar que se trata de um ambiente rural no trecho em que diz “Geme os rebanhos na aurora” se contrastando com o ambiente cortesão das cantigas de amor. Nesse sentido, o texto apresenta características das cantigas de amigo do período literário trovadorismo.

Um comentário:

  1. Análise:

    No texto o eu lírico expõe o sofrimento que a ausência da amiga lhe causa. É possível identificar que se trata de um ambiente rural no trecho em que diz “Geme os rebanhos na aurora” se contrastando com o ambiente cortesão das cantigas de amor. Nesse sentido, o texto apresenta características das cantigas de amigo do período literário trovadorismo.

    ResponderExcluir